Poetadasalmas
A dor, a perda! Todas as lágrimas exaustas. O sofrimento descrito com tanta sinceridade.
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Textos

Guarda-te agora, o que eu subitamente perdi talvez para sempre, na respiração do tempo. E proteja-a de todos os invernos e dos caminhos que estão por vir;
 
Afaga-lhe as feridas devagar, com as mãos e os lábios, para que jamais sangrem. E ouve-te de noite, sua respiração cálida e ofegante no compasso dos sonhos;

Não deixe nunca que ela ouça sozinha no que diz antes de adormecer. E depois te aguarda, que na escuridão do quarto, seja ela a abraçar-te, ainda que não te tenha revelado uma só vez o que queria;

Acorda-te mais cedo e não te demora a olhá-la, como uma luz azul que os dias trazem a casa quando são tranquilos. E nada lhe peça de manhã, as manhãs pertencem-lhe;


Deixe-a regar os vasos na varanda e sai, atravesse os jardins ainda que houver sol, e assim haverá sempre sol e para sempre a terás;

Como para sempre a terei perdido eu, subitamente,
por assim não ter feito.


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Ao som de "Tom Jones"

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Enviado por poetadasalmas em 17/07/2008
Alterado em 25/11/2020
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